Das primeiras notícias da imprensa já dava para desconfiar. Seguiram o release da Polícia Civil, que reproduzimos abaixo na integra, ou melhor dizer, na falta total de integridade:
Preso professor acusado de estuprar aluno de cinco anos
Contra ele havia uma mandado de prisão por estupro de vulnerável
17/8/2012 - Camila Donato
Policiais da 97ª DP (Mendes) prenderam, nesta sexta-feira (17/08), o professor de Educação Física, Pablo de Mello Pereira, 26 anos. Ele é acusado de ter abusado sexualmente de um aluno de quatro anos, dentro do colégio onde ele trabalha e o menor estuda.
De acordo com os agentes, a mãe do menor desconfiou da atitude da criança e procurou a delegacia no último dia 09 para fazer o registro. Os policiais começaram a investigar e chegaram a identificação do professor que foi preso em casa em cumprimento a mandado de prisão por estupro de vulnerável.
A notícia é incoerente. Há poucos fatos objetivos, e um dos principais, o idade da "vitima" muda entre o título e texto, de cinco anos para quatro. O jornal O Dia reproduziu o release, dando 4 anos para o aluno no título. Eis a técnica da imprensa: quando a polícia faz um erro grosseiro, é escondido; quando o acusado faz o mesmo, ele "entre em contradição." Pelo menos O Dia não imprimiu o nome do acusado. Band News mudou o título, mas manteve o nome de Pablo.
Descaso desfreado
Jornalista brasileiro chama isso de "dando notícia" e "liberdade de informação"; advogado e juiz norte-americano chamam de "reckless disregard for the truth", descaso desfreado para com a verdade. É notório que mais de metade de acusações de abuso sexual de crianças são falsos. Quando é contra professor, já beira os 99%. O dano que uma acusação falsa cause é irreparável. Uma notícia destas deve ser recebido na redação com desconfiança. Chegando com erro óbvio, não deve ir para o jornal ou para o site. Deve ir direto para o lixo.
Apoio
A reação dos amigos de Pablo foi semelhante ao dos amigos de Ricardo: protesto na rua, com as caras à tapa. O Diário do Vale veiculou que teria uma passeata, e quando aconteceu veiculou com fotos mostrando os 450 pessoas que colocaram a cara à tapa e a pé na estrada em apoia ao Pablo. Há também um grupo de Facebook,"Pablo Liberdade. Você é do Bem" atualmente com 846 seguidores.
A passeata imediata, e o percurso - Fórum, delegacia e igreja - foram acertados. A técnica padrão da polícia nestes casos é de criar pânico, de instigar mais "vitimas", e de alegar que há uma conspiração. Uma conspiração explica tudo, pois quem discordar faz parte da conspiração! Em muitos casos nos EUA - notavelmente a caça às bruxas de Wenatchee, qualquer um que desconfiava das acusações, que desafiava os Autoridades, foi denunciado como suspeito.
Acontece no Brasil também. No caso Colina do Sol, os filhos de Isaías Moreira foram torturados na delegacia porque negaram que foram "vítimas". Cristiano Fedrigo, Silvio Levy, e depois eu agimos contra, e a tática da promotora local era pedir grampos em nossos telefones, abrir processos sem fundamento, e em geral abusar da maquinaria da Justiça para tentar apavorar quem ousava apoiar os acusados. A passeata em frente do Fórum foi reprimida com violência por um Conselheiro Tutelar, chamado pelo Fórum. Mas Taquara é uma cidade pequena do interior.
Em Mendes, uma manifestação pública imediata com 450 pessoas, já jogou areia nas engrenagens. Já desnuda o imperador de vez. O que resta para a mãe acusadora, e os policiais que engoliram a história, é tentar escapar consequências.
Houve crime?
Que prova há que a criança foi abusada? "A mãe do menos desconfiou do atitude da criança". Isso nos conta muitos mais da mãe, desconfiante, do que do filho, cujo "atitude" nem descrito é. No caso Colina do Sol, a diretora de uma escola apontou "perda de rendimento escolar" - só que as "vítimas" estudaram em outra escola, então nada tinha a ver.
Houve laudo de psicólogo? No caso Colina do Sol, o delegado Juliano Brasil Ferreira disse que tinha laudo de psiquiatra, mas Dra. Heloisa Fischer Meyer não é psiquiatra. No Rio de Janeiro, há a DCAV que produze laudos "pret-à-prender", e onde um "psicólogo voluntário" enfrente processo ético-disciplinar da CRP em setembro.
No Diário do Vale, a organizadora da página de Facebook, Regina Lucia Guimarães Pereira, disse:
"Acho muito interessante que esse momento seja registrado pela imprensa, até para mostrar as duas faces da moeda e solicitar a máxima urgência nas apurações do caso, pois além de um inocente detido, temos uma menor incapaz precisando de apoio e um criminoso solto."
Dna. Regina talvez esteja enganada. Quem é honesto presume que os outros são, e que os outros estão agindo de boa fé. Então ela está acreditando em quem não merece credibilidade. Ou pode ser que ela calculou, corretamente, que a imprensa tem muito mais interesse num criminoso solto, do que num inocente preso.
Mas quem de Mendes ache que a criança devia ter sofrido algo, e deveria haver um criminoso solto por aí, sugiro este texto sobre o caso Catanduva. Sim, o fatos do caso de Mendes não são os fatos da caça às bruxas de Catanduva. Mas eu não tenho os fatos do caso Mendes. De longe, Catanduva convencia muito gente, por perto era bobagem.
Corpo de delito?
Pode ser que há um laudo de exame de corpo de delito positivo. Tinha no caso da Escola Base, e o que tinha, na realidade, era fezes ressecadas. Tinha no caso Colina do Sol também, e quando finalmente conversei este março com o legalista, Dr. Sami el Jundi, ele me falou que em casos semelhantes (ele não poderia falar deste rapaz especificamente) há outras explicações para o resultado, e ainda, tinha muitas mudanças neste área de medicina legal nos últimos cinco anos, e muito dado como sinal certo de abuso antes, não é considerado mais.
O Diário do Vale permite comentários de leitores, e há vários do mesmo estirpe, falando do "verdadeiro culpado", "estuprador solto", "não deve ter impunidade", etc. Martelando que houve um crime é a técnica da Grande Mentira: repete o suficiente, e há quem vai acreditar.
Porque estes casos continuam acontecendo?
A verdade padrão nestes casos é uma mãe desequilibrada como fantasias, um psicólogo inexperiente com Teorias, e policiais que pretendem alavancar a carreira com um caso de repercussão. E nada além.
A insistência na realidade do abuso, serve para que quem realmente tem culpa se esquiva das consequências.
O verdadeiro culpado, neste caso, é a autora das falsas acusações. Não é que "criança não mente", criança é facilmente induzível. Quem faz uma acusações destes quer parecer vítima e herói, não importando que por isso é preciso que um outro seja convocado para o papel de vilão.
Neste caso o inocente que sofre é Pablo. Em Vila Velha é Ricardo; no caso do creche "Gente Inocente" é Paulo; em Catanduva foram os jovens William e André, os menores José Henrique e Nilton Rodrigo, o médico, o empresário, e creio também o "Zé da Pipa" não recebeu um julgamento justo; e no caso Colina do Sol os quatro de falamos muito aqui, ainda aguardam a Justiça.
O sofrimento de inocentes nada serviu para que isso parasse.
Enquanto a falsa acusação de abuso sexual continua impune, vai continuar acontecendo.
Já é hora de experimentar o sofrimento dos culpados.
Se não houver no mínimo um laudo médica comprovando evidência física de abuso, prende e processe a mãe acusadora! E deixa "a sistema funcionar" em cima dela. Se ela "comprove sua inocência", tudo bem. Mas deveria fazer um passeio pelo Inferno antes, para servir como exemplo para pessoas que no futuro achem bacana e sem consequências levantar falsa testemunha conto o próximo.
Se Deus quizer e Ele quer a inocência do prof Pablo vai ser provada e isso ñ vai demorar.Teo mta Fé.
ResponderExcluirSão casos muito difíceis de serem resolvidos.
ResponderExcluirSou professor de Ensino Fundamental e também sofri uma falsa denúncia de abuso sexual de mães de alunos de uma sala que substituí no final de 2012 em minha cidade. Passei por vários traumas, ansiedade, compulsão e depressão nos três primeiros meses da denúncia.
Depois de um tempo descobri que a motivação da denúncia foi vingança política, pois sou militante de um partido de esquerda em minha cidade e incomodei gente poderosa, principalmente do bairro em que lecionava.
Não vejo perspectiva de futuro, pois mesmo sendo inocentado, a confiança que adquiri em 18 anos trabalhando como educador foi destruída em uma aula.
Nunca pensei em suicídio, pois seria uma forma de fugir e aceitar a culpa. Como sei da minha inocência, vou lutar para prová-la. Estou com quase 30 mil reais em dívidas, devido a gastos com advogados, laudos, pagamentos de consertos no meu carro e de terceiros por pequenos acidentes por falta de atenção no trânsito, entre outras despesas.
Não cuido mais da minha saúde... Se meu corpo vier a falir foi apenas mera circunstância. Me tornei corajoso. Esses dias tentaram roubar o meu carro no semáforo e eu disse que não daria, e que ele teria que atirar. Acelerei o carro e o ladrão não atirou. Fiz um seguro de vida com minha irmã como beneficiária.
Vivo cada dia como se fosse o último... Nessas acusações sem materialidade, a palavra da mãe é levada muito em consideração, por isso entendo que serei condenado, já que já se passou tempo suficiente para a contaminação dos depoimentos das crianças ao laudo psicológico, que ainda não foi feito.
Tenho consciência de que posso passar o resto de meus dias preso... Só espero que me permitam alfabetizar adultos que estejam no local e que não tiveram esta oportunidade no passado.
Prof. Junior.