sábado, 30 de julho de 2011

Familia Acolhedora

Um dos destaques da Apromin era a Programa Família Acolhedora, que tinha a intuito de providenciar para crianças do orfanato, uma vida fora do âmbito institucional, a convivência em família com uma família normal, algo que fazia falta na vida deles antes mesmo de para no orfanato - afinal, vinham de famílias sem condições de cuidar delas, ou não estariam lá.

A programa tinha 288 famílias cadastradas conforme um relatório. Entre as famílias era da Dr. André Herdy, que trabalhava como voluntário na clinica odontológica da Apromin, e sua então esposa Cleci, voluntária no berçário da instituição. Em várias ocasiões, levaram crianças para um fim de semana fora da instituição.

Entre este internos do orfanato era O Moleque que Mente®; uma jovem maior de 18, mas que continuava no Apromin por motivos que abordaremos, e que aqui tratamos pelo codinome de "Cisne"; gêmeos de quase dois anos de idade, cujo adoção pelo casal estava tramitando; e um outro menino de quase o mesmo idade, que aqui chamarei de "Noruega".

Controle de entrada e saída

Criança, obviamente, não é algo que se empresta sem nenhuma controle. Que nem livro de biblioteca, há registro quando é retirada, e outra quando é devolvida. Os registras de Apromin, então, mostram os dias que as crianças foram para a casa de André e Cleci.

Examinaremos os registros em outro postagem num futuro próximo.

As anotações de Dr. André

Uma das primeiras evidências que examinei no caso Colina do Sol foi umas páginas de rascunhas que Dr. André tinha feito na cadeia, comentando o inquérito policia. Eu recebi já em arquivo de computador, com as referências das páginas do inquérito, mais de 50.

Porém, o inquérito policial, eu não tinha em mãos. Estava "sob sigilo".

Resolvi, então, organizar a rascunha de André pelo ordem cronológico. O procedimento era trabalhoso, mas servia dois fins. O primeiro, de ter um relato das visitas de crianças à casa de André e Cleci.

Consistência

O segundo fim, era que é muito difícil mentir de uma maneira consistente. Computador ajudaria, mas André estava na cadeia com papel e caneta. Qualquer inconsistência no seu relato saltaria aos olhos, quando as coisas que supostamente acontecerem nas mesmas datas, era colocados lado ao lado.

Os relatos eram absolutamente consistente, outra evidência de que os acusados e as vítimas de Morro da Pedra estavam falando a verdade, e os acusadores, mentindo.

As histórias contadas pelo Moleque que Mente® também não batiam com o histórico dado por André.

Além da consistência interna do relato do Dr. André, mais tarde tinha oportunidade de comparar o que ele falou, com o que estava nos registros do orfanato. De novo, tinha uma consistência absoluta com o que foi contado por André, e desmentiu cabalmente as histórias do Moleque que Mente®.

Conforme as anotações de Dr. André e os registros do orfanato Apromin, em somente quatro ocasiões o Moleque que Mente visitou Cleci, dos quais André estava presente por três.

Contatos com O Moleque que Mente®

Concentrei, na minha análise das anotações, nos contatos com O Moleque que Mente®. Conforme as anotações de Dr. André, houve um total de quatro visitas:

  • 10 a 12 ago. (Pizza, Colina, sobrinho, churrasco)
  • 14 a 16 set (Feira calçado NH, celular)
  • 28 a 30 set (André em Paraíba)
  • 26 a 28 out. (Cisne, Noruega e gêmeos)

Vimos hoje a primeira das visitas, no formato em que coloquei no relato para o Ouvidor Nacional de Diretos Humanos. As outras visitas talvez resumo um pouco. Sempre prefiro apresentar aos leitores a matéria original. Aqui, podem ver as referências ao mesmo evento em páginas diferentes, e conferir a consistência. Mas uma vez disso já basta. É editado para corrigir os erros mais gritantes do meu português, e para redactar os nomes dos menores, e de Cisne.

O primeiro passeio

 

A primeira visita do MqM® foi antes da reunião do dia 15/08/07 com e realmente ele foi para a Colina do Sol. //ÚNICA OCASIÃO//. (fls. 8)

10 a 12 Ago. 2007 Visita Dia dos Pais

Reafirmo que no primeiro passeio o MqM® foi conosco para a casa que residíamos e esta era dentro da Colina do Sol. Portanto não só eu e o MqM® fomos e sim nós 3 fomos. (fls. 24)... da casa onde morávamos dentro da Colina até a "Casa do Fritz" é a casa vizinha logo não se iria de carro. (fls. 33)

Na 1ª visita ele não poderia tomar banho de piscina pois não havia piscina em nossa casa e não havia condições térmicas (fls. 40) MqM® não conviveu com o naturismo na sua primeira visita o que contraria o depoimento do próprio MqM® (fls. 37) A única vez que ele ficou na Colina foi na 1ª visita e esta foi em agosto (10/08) que estava em pleno inverno. (fls. 39)

Não conheci MqM® até a data de 10/08 quando ele junto com Cleci foram me buscar no trabalho para irmos a Sapiranga comer pizza devido a ser o dia do aniversário dele. (fls. 30) O MqM® conheceu a Cleci na Apromin, a mim ele já conheceu na clínica onde trabalho fora da Apromin já em companhia da Cleci. ( fls. 54)

Reafirmo que era impossível alguém estar pelado nestes dias devido ao frio que estava. Neste final de semana não ficamos pelados por 2 motivos:

  1. porque decidimos exatamente por causa da presença do MqM®;
  2. exatamente por causa do frio.

Nunca o MqM® me viu pelado e nunca eu o vi pelado (fls. 25)

Sexta 10 Ago. Fomos nesta sexta na pizzaria Pizza Palace em Sapiranga e depois na casa do sobrinho da Cleci, também em Sapiranga, onde mora ele, a esposa, a filha deles e o pai dele. (fls. 55)

  • Na sexta dia 10 a Cleci pegou o MqM® na Apromin e
  • me pegou no trabalho às 20 horas
  • fomos para Sapiranga e jantamos pizza no Pizza Palace, (fls. 17) Na sexta-feira dia 10/08 fomos direto a “Pizzaria Pizza Palace” em Sapiranga (fls. 24)
  • depois passamos na casa do sobrinho da Cleci em Sapiranga. (fls. 17) e depois fomos na casa do sobrinho da Cleci que é casado e tem uma filha de 4 anos aproximadamente) (fls. 24)
  • quando chegamos em casa já era tarde (10:30) e fomos dormir. (fls. 24)
  • MqM® chegou em casa, tomou seu remédio e foi dormir (fls. 30)

Não é verdade que informamos na 1ª visita do MqM® que levaríamos ele para Novo Hamburgo, mas é verdade que a temperatura do mês de agosto (10 a 12/08) impediu a prática do naturismo. (fls. 23)

O MqM® realmente dormiu num colchão de solteiro no chão da sala e eu e a Cleci na nossa cama que fica no 2º andar da casa, nunca dormimos com ele pois os afazeres normais (lavar roupa, limpar banheiro...) sempre deixados para fazer depois que as crianças já haviam dormido (todas as ocasiões onde estivemos com menores da Apromin) e também que costumamos dormir bem mais tarde do que eles costumam dormir na Apromin e respeitamos o horário dele dormir. (fls. 33)

Sábado dia 11/08 na manhã de sábado [MqM®] jogou em meu computador (um simulador de parque de diversão). Após o almoço ele assistiu ao filme “Inteligência Artificial” explicando que gostava deste filme pois se identificava com a história. (fls. 30)

O único vídeo (dvd) que o MqM® assistiu conosco foi o filme “inteligência artificial” (fls. 24) e a Cleci realmente explicou o que é o naturismo. Fez isto pois o nome da “Colina do Sol” estava na porta do condomínio e ela preferiu falar do que se trata o naturismo do que após ele retornar para a Apromin outras pessoas falassem coisas erradas. (fls. 24)

No sábado à tardinha antes de dormir ainda fomos na casa da irmã da Cleci na localidade de Fazenda Fialho onde ele conheceu mais pessoas da família. (fls. 30) no sábado à noite fomos na casa da irmã da Cleci onde ele [MqM®] inclusive aprendeu a fazer contas com 2 números porém mais de 4 dígitos em cada número. Isto quem ensinou foi a sobrinha da Cleci, numa lousa com giz. Não levei ele a casa de ninguém mais naquele final de semana. (fls. 32)

Não houve presentes neste dia e o domingo foi no churrasco na casa do meu sogro (pai da Cleci). (fls. 33)

Domingo dia 12/08 era dia dos pais e iríamos passar o dia com meu sogro (Pedro) em sua casa num churrasco familiar. (fls. 17) Neste final de semana não houve fotos, porém passamos todo o domingo na casa do pai da Cleci já que era "Dia dos Pais". (fls. 30)

Noto que o propósito da programa Família Acolhedora era para que os residentes da instituição poderiam experimentar um pouco de vida normal de família. O relato de André de pizzaria, visita à tia, churrasco no sogro no Dia dos Pais, é exatamente este tipo de normalidade que a programa buscava. O assunto de fotos, vamos abordar no futuro próximo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário