O caso Colina do Sol tem a mesma característica. Começando com um inquérito de mais de 500 páginas, 37 acusações, quatro pessoas presos, evidências psiquiátricas, médicas, computadores, fitas de vídeo, vizinhos acusando, e tudo ampliado pela imprensa ... Os quantidades davam a crer que haveria algo lá. E quanto mais tempo ficavam presos, quanto mais páginas o processo acumulou no caminho para seus atuais quase 5.000 folhas, quanto mais forte ficava a impressão inicial de quem encontrou o processo de repente: "Bem, este parte do assunto eu entendo realmente não procede, mais há tanta outra coisa, então por via das dúvidas, presumo que há algo."
Terceiro Polo
E para entender o caso, é preciso entender mais do que está no processo. Normalmente, um processo tem vitima que acusa, e réu que é acusado. Este tem vítimas e réus que negam, e um terceiro polo, os acusadores. Sem entender a corja da Colina do Sol, os devedores e desafetos de Fritz Louderback, e o estelionato sem calças que acontece no Morro da Pedra faz quinze anos, não é possível entender o motivo das acusações.
A presunção de inocência
Todos sabem que o acusado tem a presunção de inocência. Mas, isso vale somente no final do processo. No fase do inquérito, durante o processo, "a dúvida está a favor da sociedade". O delegado não precisava produzir um laudo final comprovando abuso, mas somente um laudo preliminar sugerindo, para levantar "suspeita" o suficiente para manter os quatro presos durante treze longos meses.
Mas estamos agora na fase final. As evidências estão completas, o laudo sobre a máquina fotográfica de Fritz Louderback foi entregue 1187 dias depois do que a juíza o pediu "com urgência". (Em comparação, a presidência de Kennedy durou meras 1036 dias, cinco meses a menos. É tempo, mesmo.)
O promotor, nos seus argumentos finais, não pode apresentar suspeitas e laudos preliminares. Precisa de provas, e laudos com valor jurídico. A presunção, agora, é contra a acusação, e a favor dos réus.
A situação atual do promotor não é de invejar. Entendo, pois desde que comecei a agir neste caso, eu estava sempre com a presunção contra mim. Tudo que eu disse, eu tinha que provar, e durante grande parte do tempo, as provas essenciais estava "sob sigilo", ou os laudos pedidos "com urgência", ainda não estavam prontos. Ou se prontos, não entregues.
O papel do blog
O papel do autor é de investigar, digerir, organizar e resumir o assunto para os seus leitores. Tenho me esforçado aqui para que cada vez que faço uma afirmação, apresento a prova. O hábito é saudável, me poupando de erros (e de processos).
Serve também para aprender. Eu sabia que o valor de muitas das "provas" no caso restava unicamente na "fé publica" do casal de inspetores Sylvio Edmundo e Rosie, mas aprendi do dia ocupado de Sylvio Edmundo poucos horas antes dos meus leitores, pesquisando o postagem.
Nosso metodologia aqui
Como lidar com "excesso de Zen?" Aqui, resolvi começar com detalhes. Lidando com as evidências, achei melhor começar com cada item (um computador, por exemplo), depois cada classe de coisa (como todos os computadores), para no final afirmar que não tinha nada contra os acusados, em nenhuma das evidências físicas.
O hipertexto do HTML, e sua capacidade de permitir que os leitores consultassem os detalhes apresentados anteriormente, foi de utilidade enorme para vencer a barreira do "excesso de Zen".
Outro parte da metodologia, foi de jogar uma rede de pescar abrangente, pois não sabíamos quais fatos seriam de relevância. Os psiquiatras de verdade concluíram pelo possibilidade de abuso, baseado em um só indício, um "relato da escola" de desempenho prejudicado. Porque eu tinha conhecido as escolas de Morro da Pedra, reconheci que o relato veio de uma escola, e os "periciados", estudaram na outra. Algo que nem o Dr. Campana, o advogado de Taquara, saberia (Morro da Pedra é afastado, mesmo) muito menos os doutores de Porto Alegre.
Resumir?
É no quesito "resumir", que estou mais devendo para meus leitores. Até uma refutação, ponto por ponto, dos acusações no relatório do delegado, e na denúncia da promotora, seria extensa, com 37 "fatos" na denúncia. E aqueles documentos nem tocam no terceiro polo do caso: os acusadores e seus motivos.
E antes de chegar ao resumo, temos uns detalhes ainda a esclarecer.
O orfanato
Concentramos no blog, como a mídia concentrou, nas acusações de que crianças de Morro da Pedra foram abusados pelo Frederic "Fritz" Louderback, sua esposa Barbara Anner, e seus vizinhos Dr. André Ricardo Lisboa Herdy, e sua então mulher Cleci. (Eles se separaram, a perda do casamento é um custo não raro de quem sofre o estresse de um processo destes.)
Mas enquanto a situação das "vítimas" de Morro da Pedra era absolutamente inusitada, elas negando abuso dentro do Fórum e em frente dele, há mais supostas "vítimas", abrigados no orfanato Apromin em Taquara. Enquanto as vítimas de Morro da Pedra negam abuso, dois do orfanato afirmaram, com riqueza de detalhes, que foram abusados.
Os leitores sabem que prezo detalhes. Os detalhes, neste caso, são ricos, no sentido que uma moeda de chumbo é "rico". Pode parece reluzente, mas batida contra a realidade, o som mostra que é falsa.
Porque no final?
Deixamos o orfanato e O Moleque Que Mente® para o final, porque é a parte mais forte do caso.
Nos vamos ver que, em todas as declarações do Moleque que Mente®, quando podem ser comparadas com a realidade, ele está mentindo.
Revela muito sobre este caso, iniciado com tanto barulho, de que depois de 5.000 páginas, o que há de mais forte é a declaração de uma criança, cujas outras declarações se mostram todas falsas.
Revela muito sobre a sistema jurídica, e o atual pânico moral de pedofilia, que já houve condenações em circunstâncias idênticas.
Como pode ser que a palavra de alguém que é comprovado mente muito, pode servir para condenar alguém?
É uma das perguntas que vamos examinar nas próximas postagens.
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