As terras de Morro da Pedra e especialmente da Colina do Sol são difíceis de entender pelos escrituras do Registro de Imóveis de Taquara. Mas o povo do pedaço sabe ao quem pertence cada pedaço, e lembra os antigos donos das terras que agora formam a Colina do Sol. Uns já se foram, mas as famílias ficam, e falei com os filhos, e os papeis dos cartórios confirmam as palavras dos filhos da terra.
Erenani Elberto da Silva
Erenani Elberto da Silva é um dos filhos de José Antônio da Silva. Ele tem um barbearia em frente ao colegio Jorge Fleck, e sua esposa toca a lanchonete acoplada, onde até os professores comem. Ele trabalhou na Colina do Sol no começou, mas diz que "Paula queria pagar R$100 reais por mês e uma sacola de rango, e ai eu fui embora." Na época que ele trabalhava, "Nem a cabana deles estava pronto ainda."
Erenani contou que a terra do pai era "uma tira fininha" na entrada da Colina, e que no outro lado dela tinha um lote triangular, com a base no sul na borda com Leopoldo Gross, e a ponta na altura da porteira. Ele confirma que o terreno do pai foi vendido para Darci, ainda que esta transferência não consta na escritura.
Falei com Erenani pela primeira vez em 27/08/09, e em mais umas ocasiões, o mais recente sendo sábado dia 26 agora. Nesta última visita mostrei o mapa, e ele concordou que o terreno do seu pai está representado corretamente.
Há uma divergência sobre o lote triangular. Erenani afirma que há, e pelo Google Maps realmente e possível enxergar uma linha triangular bem onde ele disse. Mas Evaldo Antônio, quer era dono do terreno lá, disse que era retangular mesmo.
Edegar Luiz da Silva
Edegar é filho de Olívio da Silva, o maior dono das terras que depois formaram a Colina do Sol. A cunhada dele me disse sábado que quando Darci comprou as terras de Olívio, exigiu uma mapa, e Edegar acompanhou os dois no circuito dos marcadores.A Estrada da Grota dava volta para o norte de um dos maiores pedreiras do Morro da Pedra. A pedreira é de Edegar, que a abriu em 1969. Poucos meses atrás, ele mudou o traçado da rua, para o sul, para que poderia extrair a pedra abaixo do leito antigo. Está dando uma certa controvérsia em Morro da Pedra, pois no traçado novo há uma subida íngreme, que ônibus não vence na chuva, como eu mesmo presenciei sábado passado.
Conversei com ele na varanda da sua casa, pouco em frente da pedreira, ano passado e de novo sábado. Esta vez eu já tinha o mapa aproximado, e ele confirmou vários pontos. Os terras de João Jaques estão no lugar certo, e ele reconheceu o pequeno pedaço de meio hectare do Olívio na borda com Vendelino, doe registro 21.173.
O posse que era do pai no coração da Colina, incluindo o lago, o hotel, o restaurante, e os campos de esporte, ele também reconheceu como sendo no lugar e no tamanho certo.
Registro 2025
O registro 2025 é de interesse especial. O dono é diferente dos outros lotes, sendo Ocara Hoteis e Restaurantes S/A. Diferente também é o credor que o tem hipotecado e penhorado, o banco BRDE. Diferente também é o "fiel depositário". Para as terras que garantem a dívida da Sucessão de Gilberto, é João Olavo Roses; para o hotel é Celso Rossi.
Não é o caso que "é tudo Colina do Sol": as terras são diferentes, e a textura da lama em que estão afundandas.
Já escrevi antes sobre a dificuldade que tinha para estabelecer a localização deste lote. Em setembro do ano passado, pensei que ficava ao sul do Beco de Araújo; mas agora sabemos que é ao norte.
Edegar não se recordava deste lote no começou da nossa última conversa, mas uma vez que ele viu o registro, e de quem Olívio recebeu o terreno - Antônio da Silva - ele lembrou. Ano passado ele me disse que seu pai tinha 16 hectares em cima daquele morro, e estes três lotes juntos dão este total.
De novo, os registros orais do morro, e os escritas do cartório, se confirmam.
Edegar relembre Lili
O apelido de Olívio da Silva era "Lili". Ele vendeu 16 hectares onde está a Colina do Sol, e João Jaques vendeu 4, 4,5, onde está agora a piscina de pedra. O "parte chato e alto da Colina era de Olívio", e a divisa passa perto do centro naturista. Na portão de traz, o dono da terra era Vendelino.
A "área mais nobre" foi comprada de Loureci Correa, filho de Idalino Correia, o mesmo lá de cima. As terras dos Correa iam "do rio até Pega Fogo".
"Conheço as marcas das divisas", Edegar me falou. Com um topógrafo e um GPS, creio que ele poderia definir as velhas divisas com exatidão.
"Do eucalipto para baixo, há uma boa área que é da Colina, que pertenceu ao meu pai."
Uma frase incompleto nas minhas anotações é "...do Morro da Lua para frente...". O morro, acho, fica as margens da lagoa atual.
"Com Loureci, a divisa é um pouco antes da caixa d'agua, ao lado do Masti. Valquiria morou perto da divisa."
"Uma outra divisa é perto da piscina, terra que João Jaques comprou "de boca" mas que não passaram."
Edegar tinha dois hectares que ele vendeu para João Jaques que já tinha quatro, ele me falou. Eu não tinha encontrado o nome de Edegar na documentação, mas ele sugeriu na nossa primeira conversa que poderia ser que João Jaques juntou mais de um lote quando registrou. Vendo a escritura de 21.172, vimos que há dois registros anteriores, "Regº Antº. 49.693 e R 1/814 Lº 3-AU e Lº 22", que seria consistente com isso.
"O pai do Cristiano trabalhou com Darci". Gente de POA comprou o morro. Gentil ficou na chácara, morou três ou quatro anos, e depois "ficaram lá fora um tempo."
A pedreira grande começou em 69, foi Edegar que a abriu. Onde fica a casa de Sirineu, era de Olívio.
Filho trabalhou na Colina
O filho de Edegar, Lucas, agora com 19 anos, trabalhou na Colina quando tinha 16 anos. Ele pediu para sair, e "recebeu tudo certinho" de Etacir Manske. Sobre o salário, ele disse que "para aquele tipo de serviço, era bem pago".
Lucas disse do seu tempo na Colina que "trabalhou vestido, nunca experimentou naturismo".
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