Auto de Arresto

A terra em que fica o Hotel Ocara está hipotecada pelo banco BRDE em garantia de um empréstimo de mais de R$200 mil. A BRDE está executando a dívida.

Em 21 de julho de 2009, um oficial de justiça fez o arresto do terreno e colocou como fiel depositário Celso Luis Rossi, do qual ele "ficou advertido que não pode abrir mão sem ordem do juiz".

Coração da Colina

Em janeiro de 2009, Celso Rossi descreveu o terreno arrestado assim:

A empresa Ocara Hotéis e Restaurantes S/A possui um terreno próprio de 30 mil metros quadrados, localizado na área mais nobre do Centro Naturista Colina do Sol, onde estão dois prédios (um do Restaurante do Lago e outro do hotel), totalizando mais de 1.800 metros quadrados de área construída.

O arresto inclua também a lagoa e a praia, que junto com os prédios são os cartões-postais da Colina do Sol. Sem eles, a comunidade é inviável. Seu destino é de interesse para todos que tem um investimento financeiro ou emocional na Colina do Sol.

Empréstimo tomado em 2002

O empréstimo foi feito em 03/10/2002, pela Cédula de Crédito Comercial no. 25998/BNDES - Automático Turismo, R$177.119 a juros 4% acima do TJLB. Para Ocara assinaram seus diretores Celso Luis Rossi e Paula Andreazza, que também foram as avalistas do empréstimo.

Com esta quantia, Ocara pretendia executar obras no valor de R$130.000, e instalações somando R$47.119. Conforme uma planilha anexa à papelada do empréstimo, as obras para completar a estrutura de 1000 metro quadrados estavam orçadas em R$182.355,00, e no estado em que se encontrava, já valia R$200 mil.

Valor da dívida

Quando BRDE começou a cobrança em 7 de janeiro de 2006, o valor da dívida, com os juros acumulados, já tinha chegado ao R$213.215,70. Desde então tem mais juros, mais honorários de 10%, e custos que já são pelo menos R$4700. Acima, então de R$300 mil.

Já notamos aqui a reunião de acionistas em 02/09/2006, quando foi aceito R$56 mil de um novo acionista. Este ação de cobranças já estava em andamento, e a ata fala da urgência de pagamento da dívida. Porém, os acionistas reunidos - somente Celso e Paula - votaram não para aplicar o dinheiro para pagar a dívida, mas para pagar R$4.000 por mês para os seus diretores, eles mesmos!

Processo de arresto

Em 11/09/2008, um ano atrás, a matrícula atualizada de terreno 2025 foi anexo ao processo, já mostrando o penhor em favor da Sucessão de Gilberto. O arresto e citação do imóvel foi aprovado em 11/12/2008, exatamente um ano depois das prisões do Quatro da Colina, numa sincronicidade absoluta. Em 11 de maio de 2009, foi emitido um Precatório (requerimento para outra comarca), mandando o aresto e "arrombamento se for preciso".

Finalmente veio o Auto de Arresto, quando um oficial de Justiça foi lá, e advertiu Celso Rossi para que mantivesse aquilo até ordem do Juiz.

Como avalistas, Celso Luis Rossi e Paula Andreazza respondem com todos seus bens para a dívida. Mas pelos autos, Paula se encontra no exterior, e não foi citada.

Terreno era das Silva

O matricula do terreno no Cartório de Imóveis mostra seu histórico. Esta parcela é um de três que compõem a Colina que já foram de Olívio da Silva. Seu filho Sirineu é sócio patrimonial da Colina do Sol, porém ele e sua família foram banidos pela atual Conselho do Clube, pelo crime de ter sido falsamente acusado – junto com os Quatro da Colina - por elementos deste mesmo Conselho.

E a Sucessão de Gilberto?

Tanto o BRDE quando a Sucessão de Gilberto tem segurado este terreno na Justiça. Quem leva? Ouvi que um julgamento trabalhista tem prioridade sobre qualquer outro, mas não sou advogado. Pensei que com o penhor e a venda judicial para satisfazer esta dívida, o banco precisaria procurar os outros ativos de Paula e Celso.

Porém, não sei. O penhor trabalhista está na matrícula anexada neste processo, e ainda assim a Justiça procedeu até o arresto.

Coração e alma

A perda da coração da Colina do Sol seria mais dolorosa se não já tivesse perdido sua alma. A traição e falsas acusações fartamente documentadas neste site, que resultaram nas prisões de 11/12/2007, foram o passo fatal para destruir o que sobrou do senso de comunidade e amizade, da esperança de que era possível navegar um curso conjunto. Não foi o arresto das terras do seu coração um ano depois.

Não é mais uma comunidade viva, mas um zumbi, animado artificialmente, seu rosto maquiada para disfarçar a palidez mortuária, seu corpo sendo comido pelos vermes e serpentes que ainda a habitam, fazendo as pequenas maldades ainda dentro dos seus poderes.

A alma se foi, para onde vagam as ideais perdidas. O que importa se a Sucessão de Gilberto e o BRDE estão arrancando do cadáver cada um sua libra de carne?