Na minha visita mais recente a Taquara, consegui uma entrevista com o novo Diretor de Mineração do município, Clovis Moreira da Silva, que me contou muito sobre a pedra de Morro da Pedra.
A pedra grês concorre, para calçadas, com basalto da serra gaúcha, e ardósia de Santa Catarina. É usado também para lajes, e em blocos mais espessos para alicerces. Com o aumento em preço de basalto, e o começo de beneficiamento de pedra grês, o produto está encontrando mercados novos e indo mais longe.
Basalto: mais duro, mais caro
A pedra ígnea basalto, mais duro, e encontrado na Serra Gaucha, como por exemplo na região de Nova Prata. As calçadas na região comercial de Taquara são feitos de basalto, mais durável do que a pedra grês. Vem encarecendo porque a Serra é coberto com mato nativo, e novos leis ambientais dificultam a remoção da vegetação, para chegar à pedra. Com poucas pedreiras, o preço vem subindo.
Pedra grês: valor varia com densidade
A pedra grês é mais mole do que basalto, mas há variações de dureza, cor e preço. Tanto mais duro, melhor e mais caro. Geralmente, começando uma pedreira, a pedra de cima é mais mole, e endureço tanto mais fundo a escavação desce. Uns lugares tem pedra mais dura em cima, mas a maioria não.
O preço médio de pedra grês no momento varia de R$50 a R$60 o metro cúbico na pedreira. As pedreiras de de mais difícil acesso, e as pedras mais moles, são mais baratas.
Indo mais longe
Cruz Alto, Sobradinha, Taquari são uns lugares que tem recebido lajeados e outra formatos de pedra grês. "Já tá indo bem mais longe do que dez, quinze anos atras, devido ao aumento do preço de basalto." Porém, pedra é um produto em que o frete encarece muito. "Pessoas vem de longe, mas na hora de ver o transporte, inviabiliza", diz Clovis.
Uso à vista crescendo
Na minha primeira vista a Taquara, notei o uso de pedra grês nas calçadas da cidade, e para fazer alicerces em construções novas. Ambos são usos que nunca encontrei antes, e que seriam de alto luxo nos Estados Unidos. Porém, encontrei muito pouco uso aparente ou decorativa da pedra. A pedra é semelhante em aparência ao "brownstone" típica das casas de Manhattan do século passado e retrasado, que dependendo da qualidade, dura de 5 a 200 anos.
"Não temos esta cultura" de usa pedra grês a vista, diz Clovis, "mas tem gente beneficiando, serrando, lixando," apontando um beneficiador na RS20, perto da parada 122, a Arenito Möller. "Tá criando um mercado novo." Há também gente na próprio Morro da Pedra, em que a pedra vai da lavoura direta para as galpões para beneficiamento.
Variações de cores
A cor mais típica de pedra grês é marrom, mas "há amarelo, camurça, e umas quase brancas. Poucos, mais tem."
Desafios
A pedra grês é um arenito, formado por camadas no fundo do mar, quarenta milhões de anos atras. Desde então, o mar virou serra, as camadas dobrando e virando. Clovis aponta que a mão de obra está ficando mais difícil. "Tem que entender as veias, como cortar. Não é mão de obra desqualificado."
Máquinas não adaptam bem à pedra grês
"O serviço é muito bruto, e tem que mecanizar". Porém, as máquinas são feitos para trabalhar no nível, e as pedreiras deste arenito precisam seguir as veias da pedra. Trabalhar num inclinação pode quebrar o disco da máquina, e os discos são caros. Poucos máquinas, como o "rompedor", são usados nas pedreiras de Morro da Pedra.
Meta de regularização
Um novo lei permite que o município legaliza pedreiras de até dois hectares. A prefeitura assumiu um compromisso, diz o diretor de mineração, e "vai legalizar tudo mundo."
Isso não quer dizer uma liberação geral, mais que todos estariam colocados em conformidade com a legislação. A prefeitura "quer passar a limpo, colocar a casa em ordem". Ao longo do tempo, ou até num tempo curto, a prefeitura pretende regularizar as pedreiras, e Clovis não esconde sua satisfação de que o produto nativa da terra de Taquara está encontrando novos e mais nobres usos, num território maior.
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